Lágrimas escorriam sobre a pintura de um sorriso. Todo aquele colorido era mera aparência, o palhaço via tudo em preto e branco como num filme antigo... é, era isso que ele queria, voltar ao passado. Nem o mágico sabia esse truque, a máquina do tempo do espetáculo não era de verdade. Ahh como ele queria estar de novo naqueles filmes que passavam sem parar em sua cabeça. Mas ele sabia, que querer o impossível era muito mais fácil do que viver o presente. E que viver sonhando filmes preto e branco era descolorir o que estava rodando e viver sempre nas sombras. E do Dono do Circo que percebeu a tristeza, o palhaço ganhou potes de tinta para que ele repintasse todo o filme que estava rodando. Nada de truque, é preciso soluções reais. Com aplausos ou sem aplausos, quando é chegado o fim do espetáculo, ele não pode recomeçar, é preciso esperar a sessão seguinte...
"O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica."
(Cordel do Fogo Encantado)