domingo, 26 de agosto de 2007

O Teatro da Vida

Eram sorrisos pintados nos rostos, eram lágrimas desenhadas com tinta, eram a alegria estampada nas cores, eram palavras de esperança pra vida. Nós somos todos atores com vários personagens. O que represento aqui não é o mesmo que eu represento lá. Cabe a nós escolhermos os melhores personagens para cada ocasião, para a vida. Não ter personalidade? É não saber escolher os personagens, é deixar que o outro escolha por você. E não me venha com papo de que você tem um personagem único, ninguém tem. Somos amigos, namorados, filhos, pais, alunos, professores, inimigos, colegas, vizinhos. Somos vários dentro de um, lutando por um sonho só.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Olhar que sorri

Sinto uma felicidade imensa, parece que aquele mundo que eu inventei se concretizou. Mas de repente não me sinto preparada, a felicidade tarda. Me encontrou descrente, desanimada, preguiçosa, jogada aos vicios que a afastam. O ideal, o imaginado, não chega quando queremos, é preciso saber esperar, não desanimar para que quando ela vier não pense que é tarde de mais e dê meia volta. Não vá, espere, me transforme, me faça aproveitar cada segundo, sorrir com a boca, com os olhos, com as mãos, gargalhar e frutificar. Me faça ser tudo aquilo que eu era quando te idealizei, felicidade. As chances são boas, os resultados dependem de mim, mas as vezes pareço agir como se eu não soubesse o certo a fazer. Me espera felicidade, não se vá e traga alguém pra dividir isso tudo comigo, alguém que saiba ver o riso em meus olhos, alguém que decifre minha felicidade pelas mãos.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Às vezes...

Às vezes as palavras não vem, em outras vc tem tanto a dizer;
Às vezes falta uma idéia, em outras passam mil coisas pela mente;
Às vezes me sinto tão triste, em outras sou a mais feliz do mundo;
Às vezes me sinto sozinha, em outras esqueço o que é solidão;
Às vezes me falta um pedaço, em outras eu msm me completo;
Às vezes quero abraçar o mundo, em outras me dá uma preguiça;
Às vezes sei o que quero, em outras só vejo perguntas sem respostas;
Às vezes o de vez enquando é sempre, em outras também.

domingo, 19 de agosto de 2007

Sinceridade falsa

Nossa sinceridade é falsa, são palavras medidas buscando a simpatia. A sinceridade é antipática, o ser humano não está preparado pra verdade. Fazemos perguntas esperando a resposta que queremos ouvir. A sinceridade nos parece grossería. E ao mesmo tempo não acreditamos na sinceridade dos outros. -Minha roupa tá bonita?? -Tá ótima!! -Brigada!! (será que ela tá dizendo isso pra me ver ridícula por aí ou é verdade?). Nós temos medos da sinceridade, da nossa e da dos outros para conosco. Temos medo de magoar, de brigar por uma coisa que aprendemos desde cedo que é certo: dizer a verdade. Já disse Roberto e Erasmo Carlos (e Los Hermanos repetiram): "Meu pai um dia me falou pra que eu nunca mentisse, mas ele também se esqueceu de me dizer a verdade, da realidade do mundo que eu ia saber, dos traumas que a gente só sente depois de crescer".

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Mu*dança

Muda os hábitos, aquieta-os.
Controle suas ações,
Ou elas te controlarão.
A mudança necessita melodia, rítmo.
Dança até seu sonho,
Não perca o passo,
Mude, aquiete seu passado.
Expresse o novo,
Objetive-se, mude.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Memória

Entre o passado, o presente e o futuro,
Lembranças adormecidas despertam em minha mente.
Do agora? Não sei, me esqueço.
Esqueço do próximo passo,
Esqueço do prometido.
Erros passados ocupam a memória e bloqueiam o novo.
Trechos de um filme que eu não quero esquecer,
Mas também não quero me lembrar.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Procura-se

tempo
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sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Os Outros, por Martha Medeiros

"Quando eu era pequena não tinha medo nenhum de bicho-papão, mula-sem-cabeça ou de bruxa malvada. Quem me aterrorizava era outro tipo de monstro. Eles atacavam em bando. Chamavam-se OS OUTROS. Nada podia ser mais danoso que OS OUTROS. As crianças acordavam de manhã já pensando neles. Quer dizer, as crianças não: as mamães. Era com OS OUTROS que elas nos ameaçavam caso não nos comportássemos direito. Se não estudássemos, OS OUTROS nos chamariam de burros. Se não fôssemos amigos de toda a classe, OS OUTROS nos apelidariam de bicho-do-mato. Se não emprestássemos nossos brinquedos, OS OUTROS nunca mais brincariam conosco. E o pior é que as mães não mantinham a lógica do seu pensamento. 'Mas mãe, todo mundo dorme na casa dos amigos!' Eu lá quero saber DOS OUTROS? Só me interessa você! Era de pirar a cabeça de qualquer um. Não víamos a hora de crescer para nos vermos livres daquela perseguição. Veio a adolescência, e que desespero: descobrimos que OS OUTROS estavam mais fortes do que nunca, ávidos por liquidar com nossa reputação. 'Você vai na festa com esta calça toda furada? O que OS OUTROS vão dizer?' 'Filha minha não viaja sozinha com o namorado, não vou deixar que vire comentário na boca DOS OUTROS', dizia a mãe de minha namorada. Não tinha escapatória: aos poucos fomos descobrindo que OS OUTROS habitavam o planeta inteiro, estavam de olho em todas as nossas ações, prontos para criticar nossas atitudes e ferrar com nossa felicidade. Hoje eles já não nos assustam tanto. Passamos por poucas e boas e, no final das contas, a opinião deles não mudou o rumo da nossa história. Mas ninguém em sã consciência pode se considerar totalmente indiferente a eles. OS OUTROS ainda dizem horrores de nós. Ainda têm o poder de nos etiquetar, de nos estigmatizar. A gente bem que tenta não levá-los a sério, mas sempre que bate uma vontade de entregar os pontos ou de chorar no meio de uma discussão, pensamos: Não vou dar este gostinho para OS OUTROS. Está para existir monstro mais funesto do que aquele que poda nossa liberdade."

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Da falsidade do mundo

Saber defender o seu ponto de vista sem desrespeitar o outro, ser simpática sem "puxar o saco" de ninguém. Não obedecer essas regrinhas é não ter personalidade. Querer ser cordial, amigo do mundo todo é ser falso. Nós somos diferentes, nós pensamos diferente e é preciso respeito para conviver com essa diversidade de gênios. Mas ninguém consegue ser bonzinho o tempo todo, ninguém consegue amar o mundo todo, ninguém consegue ter somente bons sentimentos o tempo todo. Nós somos seres humanos, a imperfeição do mundo, seres errantes. Nós temos bons e maus sentimentos. Nós temos preconceitos e "pós-conceitos". Ninguém é 100% bom, nem 100% mau. Vivemos tentando ser melhores, vivemos aprendendo, vivemos aprendendo a controlar nossos sentimentos ruins, aprendemos a chave de tudo: a compreensão! Mas perfeição? Tão longe que chega a ser impossível. Eu desconfio dos que aparentam bondade excessiva. Sabe aquela pessoa que gosta e é simpática com todo mundo? Aquela que parece que nunca tem um dia do mau-humor? Aquela que nunca deu uma resposta grossa pra ninguém? Um dia você descobre que essas pessoas são as piores, um dia você descobre que pessoas assim falam pelas costas, um dia você descobre que pessoas assim são "maria vai com as outras", não tem opinião própria, chinga aquela menina que você odeia hoje enquanto conversa com você e amanhã está lá sendo simpática com ela e concordando com ela que você não presta. O pior defeito de uma pessoa é a falsidade. Até que ponto vai o interesse do ser humano? E as vezes me pego num mundo tão hipócrita e falso que sinto que ser sincero é querer ser apedrejado... se for pra fingir que seja ator, ou poeta:
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as dores que ele teve,
Mas só as que ele não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
(Fernando Pessoa)

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Quando o obvio deixa de ser

Quando eu tinha uns 15 anos adorava ler livros de auto-ajuda. "Não faça tempestada em copo d´agua", "Os 100 segredos das pessoas felizes" eram os livros que eu gostava de ler. A gente cresce, lê outras coisas, enfim, descobre que a leitura é uma deliciosa maneira de adquirir conhecimento e que talvez aquele capítulo: "Confie nos seus sinais internos" não seja nada mais do que ler o que você já sabia, o obvio sabe? Afinal, nós não precisamos de um livro que diga o que fazer para ser feliz, cada um de nós sabe quais são as coisas que te deixam feliz, quais são as ações que você deve tomar para se sentir e ser feliz, mesmo que a gente não aja assim o tempo todo, a gente sabe, não é verdade? É, mas às vezes a gente esquece o obvio. Não, eu não leio mais livros de auto-ajuda. Desculpem os que gostam do gênero, mas eu não gasto mais meu dinheiro com coisas que, na minha opinião, não precisa ser bom pra escrever. Mas acredito que em alguns momentos um pequeno texto ou uma frase dessas tão obvias caem bem. As vezes parece que bate um desânimo, que você nao enxerga a luz no fim do túnel, que você resolve se desesperar por coisas que normalmente não se desesperaria. É aí que entram as frases de auto-ajuda, aquelas filosofias baratas ditas pela sua melhor amiga sabe?? Como: "Calma, tudo passa" (até uva passa - foi inevitável rs), "No final tudo dá certo, se não deu é porque ainda não é o final", "Conversa com ele, conversando tudo se resolve" entre outras... e aí parece que acende uma luzinha, parece que o obvio volta a ser obvio: "é, tudo passa", "sim, eu tenho que lutar pelos meus sonhos, não posso desistir agora", "vou conversar com ele, a gente vai se entender". Não coloque o obvio num pedestal, mas não deixe-o de lado...
Eis pra mim o melhor da auto-ajuda musical:

Legião Urbana - Quase Sem Querer Renato Russo
Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso.
Só que agora é diferente:
Estou tão tranquilo
E tão contente.
Quantas chances
desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada p'ra ninguém.
Me fiz em mil pedaços
P'ra você juntar
E queria sempre achar
Explicação p'ro que eu sentia.
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir p'ra si mesmo
É sempre a pior mentira.
Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber tudo.
Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.
Tão correto e tão bonito
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos.
Sei que às vezes uso
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?
Me disseram que você
estava chorando
E foi então que percebi
Como lhe quero tanto.
Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu quero o mesmo que você