quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Quando o obvio deixa de ser

Quando eu tinha uns 15 anos adorava ler livros de auto-ajuda. "Não faça tempestada em copo d´agua", "Os 100 segredos das pessoas felizes" eram os livros que eu gostava de ler. A gente cresce, lê outras coisas, enfim, descobre que a leitura é uma deliciosa maneira de adquirir conhecimento e que talvez aquele capítulo: "Confie nos seus sinais internos" não seja nada mais do que ler o que você já sabia, o obvio sabe? Afinal, nós não precisamos de um livro que diga o que fazer para ser feliz, cada um de nós sabe quais são as coisas que te deixam feliz, quais são as ações que você deve tomar para se sentir e ser feliz, mesmo que a gente não aja assim o tempo todo, a gente sabe, não é verdade? É, mas às vezes a gente esquece o obvio. Não, eu não leio mais livros de auto-ajuda. Desculpem os que gostam do gênero, mas eu não gasto mais meu dinheiro com coisas que, na minha opinião, não precisa ser bom pra escrever. Mas acredito que em alguns momentos um pequeno texto ou uma frase dessas tão obvias caem bem. As vezes parece que bate um desânimo, que você nao enxerga a luz no fim do túnel, que você resolve se desesperar por coisas que normalmente não se desesperaria. É aí que entram as frases de auto-ajuda, aquelas filosofias baratas ditas pela sua melhor amiga sabe?? Como: "Calma, tudo passa" (até uva passa - foi inevitável rs), "No final tudo dá certo, se não deu é porque ainda não é o final", "Conversa com ele, conversando tudo se resolve" entre outras... e aí parece que acende uma luzinha, parece que o obvio volta a ser obvio: "é, tudo passa", "sim, eu tenho que lutar pelos meus sonhos, não posso desistir agora", "vou conversar com ele, a gente vai se entender". Não coloque o obvio num pedestal, mas não deixe-o de lado...
Eis pra mim o melhor da auto-ajuda musical:

Legião Urbana - Quase Sem Querer Renato Russo
Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso.
Só que agora é diferente:
Estou tão tranquilo
E tão contente.
Quantas chances
desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada p'ra ninguém.
Me fiz em mil pedaços
P'ra você juntar
E queria sempre achar
Explicação p'ro que eu sentia.
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir p'ra si mesmo
É sempre a pior mentira.
Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber tudo.
Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.
Tão correto e tão bonito
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos.
Sei que às vezes uso
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?
Me disseram que você
estava chorando
E foi então que percebi
Como lhe quero tanto.
Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu quero o mesmo que você

Um comentário:

Jornalistas, Publicitários, Artistas. disse...

O obvio ñ tem reflexo, só vê quem, enxerga de verdade.

adorei.