"(...) Pois de tudo fica um pouco.
Fica um pouco de teu queixo
No queixo de tua filha.
Do teu áspero silêncio
um pouco ficou, um pouco
nos muros zangados,
nas folhas, mudas, que sobem.
(...) ficou um pouco
de ruga na vossa testa,
retrato
Se de tudo fica um pouco,
Mas porque não ficaria
um pouco de mim?
(...) Oh, abre os vidros de loção,
E abafa
o insuportável mau cheiro da memória.
Mas de tudo, terrível, fica um pouco,
(...)Às vezes um botão. Às vezes um rato"
(Carlos Drummond de Andrade)
domingo, 20 de maio de 2007
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